
No curso, dividido em quatro encontros, foram discutidos os temas relacionados aos Direitos Humanos, a Conflitologia, a Pedagogia da Convivência, a Saúde Emocional e Física e a Relações Sociais. As oficinas, ministradas pelos professores Nei Alberto Salles Filho e Erica Cristina Lemes, contaram com leituras, dinâmicas de grupos e duplas, atividades escritas e reflexões em busca de uma melhor qualidade de vida.
Para o Comandante do 12º BPM, tenente-coronel Antônio Zanatta Neto, a relação da Polícia Militar com o Instituto Mundo Melhor visa aproximar os novos policiais militares para as atividades de polícia cidadã. “É importante que eles entendam tudo aquilo que poderão enfrentar quando estiverem nas ruas. Não podemos esquecer que antes de qualquer coisa somos seres humanos. Em determinados momentos precisamos agir com um pouco mais de energia, mas nunca esquecendo do lado humano e é isso que temos buscado passar para todos os nossos policiais”, disse.
“A parceria com a Polícia Militar iniciou-se em 2015 e esta é a segunda turma que estamos trabalhando. No ano anterior ministramos o curso para os oficiais e praças da unidade e em 2016 para os alunos soldados. Focamos na mediação de conflito e abordamos outras questões, como a saúde física e emocional, além da preparação deles para atuarem no ambiente de enfrentamento. Visando a política de Polícia Comunitária queremos estudar as situações tendo em vista o diálogo. Após os encontros eles terão que obrigatoriamente fazer dois cursos online que são disponibilizados pelo instituto”, explica a professora Erica Cristina Lemes Pereira.
“É importante que estes alunos se ambientem com toda a problemática que engloba a profissão e estejam preparados, pois esse é o nosso compromisso, fazer com que os novos policiais militares olhem para o outro com respeito. É essencial essa troca de informações com outras entidades, pois faz com que a Polícia Militar esteja integrada cada vez mais com toda a comunidade”, acrescenta o tenente-coronel Zanatta.
Segundo o Coordenador do CFSd 2016 do 12º BPM, tenente Carlos Alberto, os alunos possuem na grade curricular as matérias de Polícia Comunitária e Direitos Humanos, que tem relação com o conteúdo trabalhado durante o curso. “Eles agregaram um conhecimento trazido por uma instituição externa, fazendo com que esteja pautado quando for para a rua, sempre lembrando que a lei deve ser cumprida e o outro deve ser respeitado, pois a sociedade necessita de um policial mais próximo à comunidade”, destacou.
A aluna soldado Silvia Xavier, de 30 anos, destacou que o curso serviu também para ter uma realidade do que será encontrado na rua. “Precisamos ter um equilíbrio emocional e estarmos preparados para enfrentar as dificuldades do dia a dia da atividade policial militar”, afirma. “Nas aulas trabalhamos a questão de paz, da segurança e o sentimento de ter sido vítima. Temos que procurar atender a pessoa da melhor maneira possível, pois provavelmente estará fragilizada pela situação. Precisamos escutar, prestar a atenção e dar conforto para ela”, acrescentou o aluno soldado Francisco Schimmelpfeng, de 33 anos.
“Também aprendemos no curso nossa relação interpessoal, além de aprendermos a encarar a pressão do trabalho sem ficarmos fragilizados mentalmente e fisicamente. Os quatro encontros ajudaram a aprender muita coisa, tanto na parte profissional quanto emocional. Temos que sempre colocar em prática os ensinamentos de Polícia Comunitária, tratando todos de maneira igual, sem diferenciar as pessoas pela raça ou gênero”, ressaltou o aluno soldado João Paulo Havrechaki.
De acordo com Erica, após o término do curso os alunos soldados escreverão relatos sobre o aprendizado e a experiência que tiveram, os quais, posteriormente, serão transformados em um livro.