Detentos da PEPG recebem certificados

Foram realizadas mais de 40 mil horas de cursos, num total de 3.348 dias de remição parcial de pena

26/02/2016

Detentos da PEPG recebem certificados

O Instituto Mundo Melhor (IMM) entregou certificados para os detentos do regime semiaberto da Penitenciária Estadual de Ponta Grossa (PEPG) que fizeram cursos on-line através do Ambiente Virtual de Aprendizagem em troca de remição parcial da sua pena. São oferecidos cursos na área de administração, empreendedorismo, informática, línguas estrangeiras, saúde e bem-estar. A cada 12 horas de cursos, o detento reduz um dia de sua pena. Os cursos disponíveis no AVA foram desenvolvidos em parceria com a Woli Consultoria e Treinamento, de Araxá (MG), e são certificados academicamente pela Unopar. A entrega dos certificados aconteceu no dia 18 de fevereiro.

 

A iniciativa teve início na PEPG, em 2012, mas as atividades foram rapidamente expandidas. No momento, o projeto está atuando em nove unidades penais do Paraná e, inclusive, alçando voos mais longes como Amazonas e Ceará. Os detentos realizaram mais de 40 mil horas de cursos, num total de 3.348 dias de remição parcial de pena que fica à critério da Vara de Execuções Penais.

 

“Essa é a forma que encontramos de contribuir para que os presidiários não reincidam em seus crimes. Para impedir que eles voltem para a criminalidade, é preciso criar condições para que eles levem uma vida digna e possam trabalhar para sustentar as suas famílias”, explica o presidente do IMM, Jeroslau Pauliki. Ele enfatiza que o objetivo da entidade é trabalhar em parceria para fomentar políticas públicas que contribuam para a construção de um mundo melhor.

 

De acordo com o diretor da PEPG, Luiz Francisco da Silveira, a iniciativa está contribuindo para a ressocialização dos apenados. “Nós fomos a primeira unidade penal a experimentar esse projeto pioneiro e hoje podemos falar que o reflexo foi muito positivo. Existe uma fila de espera considerável para participar dos cursos”, relata. Ele acrescenta que a iniciativa chama a atenção, pois alguns presidiários nunca tiveram acesso ao mundo virtual ou nem mesmo viram de perto o computador. “As pessoas têm uma ideia, muitas vezes equivocada, de que o detento passará muitos anos preso. A realidade é que os apenados retornam muito rápido para o convívio em sociedade. É nosso papel contribuir para a recuperação deles para que eles voltem com alguma capacitação”, enfatiza.

 

O Ministério da Justiça reconheceu a importância do projeto e recomendou que a iniciativa seja levada para todo o território nacional.