O livro com os relatos de experiências das instituições de ensino envolvidas no projeto Infância Mundo Melhor e a cartilha ‘Por um Mundo Melhor’ foram apresentados na audiência pública sobre cultura de paz, realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, no dia 08 de outubro. O encontro foi proposto pela deputada federal Jandira Feghali/RJ (Comissão de Cultura) e pelo deputado federal Aliel Machado/PR (Comissão de Educação). Foram discutidos os impactos da cultura de paz nas políticas públicas. A reflexão sobre violências, conflitos, paz e educação foram embasadas em documentos da ONU e da UNESCO, Plano Nacional de Educação, Plano Nacional de Direitos Humanos e as perspectivas do Ministério da Justiça e Ministério da Educação.
O material foi apresentado pelo coordenador do Núcleo de Estudos e Formação de Professores em Educação para a Paz e Convivências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (NEP/UEPG), Nei Alberto Salles Filho. Ele considera inevitável que a discussão sobre educação para a paz ultrapasse os limites dos ambientes acadêmicos e comece a ser debatida em espaços governamentais. “Isso favorece uma reflexão maior sobre os conceitos pedagógicos da não violência e convivência pacífica. É preciso que as ideias circulem para que possam influenciar as políticas públicas. Quanto mais lideranças, mais políticos e mais pessoas envolvidos no assunto, mais fortalecida é a discussão”, afirma. O NEP é responsável pela ministração de conteúdos e a UEPG faz a certificação do projeto Infância Mundo Melhor.
“Não há como falar em segurança pública, sem falar em resolução de conflitos. A cultura de paz é a melhor maneira de combater a violência. Normalmente, somos levados a pensar em aumento do efetivo e repressão policial, mas existe uma dimensão educacional que não pode ser ignorada”, afirma o fundador do IMM, Marcio Pauliki.
De acordo com o presidente do IMM, Jeroslau Pauliki, o projeto Infância Mundo Melhor surgiu como uma alternativa ao aumento da violência nas escolas. “Casos de desrespeito ao professor, bullying, briga entre alunos e outros casos de agressão são, infelizmente, muito comuns nas instituições de ensino. O objetivo principal do projeto é oferecer ferramentas para o diálogo e a convivência pacífica, melhorando a qualidade do ensino e criando um ambiente mais favorável ao ensino”, enfatiza.
Como resultado da audiência, ficou a proposta de constituição de um grupo de trabalho multidisciplinar sobre a temática. Além disso, foi discutido o resgate de alguns projetos de cultura de paz, em trâmite na Câmara dos Deputados, que falam sobre o Estatuto da Paz e sobre alterações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em referência à violência escolar.
